segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Foi

"Mudaram as estações, nada mudou,
mas eu sei que alguma coisa aconteceu,
tá tudo assim, tão diferente..."

De volta ao início, ponto de partida, eu + eu, que é assim que as coisas sempre foram, sempre são, sempre vão ser.
Sabe aquela história de "o problema não é você, sou eu"? É exatamente isso. Sempre reclamei da falta de timing do meu cupido, da miopia do meu cupido, da falta de mira do meu cupido. Dessa vez a culpa não é dele. Nem sua. Só minha. Aliás, nem minha. Quem tem culpa? Dá pra culpar? Como culpar? E, o mais importante: pra quê?
Foi assim, tinha que ser assim, as coisas acontecem exatamente da maneira que têm que acontecer. Foi. Pretérito perfeito simples do indicativo. Pretérito, passado. Foi, não é mais. Não é e nem vai ser.
E foi com você. Você, que me devolveu a vida, o brilho nos olhos, o sorriso no rosto, a paz no coração, a vontade, vontade de tudo, de mais, de muito mais. Vontade de ontem, hoje e amanhã.
"Tinha tudo pra dar certo", diriam os mais desavisados. Não tinha. Faltava eu. Eu de corpo, alma, coração, entregue. Pela metade? A gente sabe que assim não funciona, vamos falar sério... Ou é ou não é, ou tem ou não tem, não existe quase. A gente sabe, nem preciso dissertar sobre isso. Temos que ter a certeza, nunca a dúvida. Gente medrosa não merece essa alegria.
Foi assim. A alegria de uma gargalhada alta, o desejo de um suspiro fundo, a ternura da voz ao telefone. E mais: a despedida, as lágrimas e o soluço baixinho madrugada adentro.
Foi assim. A força da mão na mão, a doçura do beijo na boca e a calma do abraço apertado (e a falta que o abraço me faz quando estou longe).
Foi, tinha que ser assim. Bom enquanto durou, forte enquanto durou, significativo enquanto durou.
Me restaram o sorriso da lembrança, a confusão na cabeça, a paz no coração e duas certezas: a saudade e a amizade. "Se isso não é amor, o que mais pode ser?"
Escrevo hoje virando uma página da minha vida, mas dessa vez não com força, raiva, arrancando-a fora ou tirando-a do lugar. Quero que ela fique ali, no lugar onde está, pra que, volta e meia, quando eu queira pesquisar no meu livro da vida, eu possa sentir exatamente o que eu senti. Tudo de novo. Foi bom, foi eu e você, foi nós dois.

PS: A você, que está lendo, e que sabe que é pra você, duas coisas: meu amor e meu "obrigada".

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Wishes

Eu queria te pedir desculpas. Queria ser confiante, decidida, abrir meu coração pra você, me jogar, me entregar, deixar ser, deixar estar. Porque é o que você merece. Que eu seja sua por completo, que eu me entregue pra você, que eu não tenha medo, receio, dúvida, que eu me permita, te permita, que seja nós dois. E só. Toda ferida vai cicatrizar, toda cicatriz vai sumir... Mas por enquanto, vai ser assim. Vou ficar torcendo pra chegar o dia em que eu vou ver fé e ter coragem no amor. Por mim. Por você. Mais que isso: por nós dois.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Se me amares

Por: Bruna Scopel @brunascomor

Se me amares, ames quem sou, ames meus cabelos sem corte e minhas unhas por fazer. Ames minhas verdades, meus defeitos e minhas neuroses; meu presente, meus desejos de futuro e tudo em que meu passado me tornou.

Se me amares, me queiras por inteiro, exatamente como serei por toda a vida, com mil detalhes por fazer. Nem sempre estarei maquiada, nem sempre estarei de salto alto e, muitas vezes, estarei com bolhas nos pés por conta deles. E um belo dia, acordarei insegura, achando que não há nada em mim para gostares, não há nada em mim que te prenda e me garanta que serás pra sempre meu. Nesses dias, só a certeza do teu amor inteiro, completo, por tudo o que fui, sou e serei, me fará deixar de lado todas as bobagens de menina insegura e me tornar a mulher que, de fato, sou.

Se me amares, mas se me amares de verdade, ames quem sou, e nunca uma projeção intangível e inexistente. Ames a menina que jogava bola, brincava de bonecas, subia em árvores e usava escondido os sapatos da mãe. Ames aquela que adorava ir à escola, mas detestava pegar os cadernos ao chegar em casa, aquela que sempre de tênis, aprendeu a se equilibrar no salto alto e a se maquiar feito adulta, até que um belo dia, percebeu que já era adulta de fato. Ames a mulher que não quer engordar mas não para de comer, que acorda feliz e, no meio da tarde, desata a chorar, e olha a TPM aí outra vez. Ames a mulher, não a secretária, a professora, a estudante, a modelo ou a Miss: ames o que sou e serei pra sempre, e não um estado passageiro.

Assim, me sentirei cada vez mais segura para ser eu mesma (a que hoje sou e a que irei me tornar), ao mesmo tempo em que for mais e mais tua.

terça-feira, 18 de outubro de 2011

"Lembra, minha luz, foi você quem me deu..."

Vez ou outra


Vez ou outra eu gosto de provocar você. Faço charme, jogo indiretas, faço você me dizer coisas lindas que eu quero ouvir. Vez ou outra eu fico brava com você e com ou sem motivo eu me rendo, não aguento virar a cara. Vez ou outra eu fico triste e você vem me acolher me oferecendo suas palavras como conforto, seu coração protege o meu. Vez ou outra, quase sempre, compartilhamos mais do que momentos felizes. Ao todo, compartilhamos sonhos, compartilhamos nosso presente. Você comigo, eu com você. Não vez ou outra, mas sempre.

Forgetful

Eu gosto que você seja a última pessoa que fala comigo antes de dormir. Mas eu gosto mais ainda quando acordo de manhã e percebo que esqueci sobre o que conversamos na noite anterior. É como se você tivesse que me conquistar todas as manhãs e fazer dos meus dias, todos eles, o mais especial de todos. E, por incrível que pareça, você consegue.

Você

Eu preciso dizer que você me faz bem. Que seus abraços são únicos. Que às vezes eu acordo no meio da madrugada e abro um sorriso ao lembrar que tenho você. Que agradeço à vida por ter colocado você no meu caminho. E que nada neste mundo me faz mais feliz do que estar com você.

O abraço

"De vez em quando eu vou ficar esperando você numa tarde cinzenta de inverno, bem no meio duma praça, então os meus braços não vão ser suficientes para abraçar você e a minha voz vai querer dizer tanta, mas tanta coisa que eu vou ficar calada um tempo enorme, só olhando você, sem dizer nada, só olhando..."
C.F.A.

Hiperlink

Em 21 de setembro minha amiga Barbara Bastos escreveu:

Pequenas grandes diferenças

Muito se discute sobre qual é a diferença entre amor e paixão, na poesia muitas vezes são usadas como sinônimos, mas no coração de quem já sentiu os dois a coisa é muito diferente. Estar apaixonada é êxtase total, parece que estamos em transe, quase lunáticos, em pouco tempo de torna uma doença, 24 horas de dependência e carência mútua, porque para ser completo tem que ser mútuo. Mas daí vem o amor, chegando de sua forma mais sorrateira, sentimento doce, que acalma o coração, coloca seus pés no chão e esquenta sua alma. Bom mesmo é quando levamos uma rasteira e percebemos que aquela louca paixão aos poucos vira um amor sereno, pois por mais calmo que esse amor seja sempre é surpreendido pelas pitadas de paixão, pois tudo sempre volta a sua origem e aparece para renovar o que já é bom. Agora que já falei do prazer do amor, quero falar de algo melhor e mais prazeroso que é ser amada, isso sim é algo extremamente excitante porque só quem é amada por completo sabe o que é, quem nunca foi não pode nem imaginar a intensidade, hoje não aceitaria em hipótese alguma ser amada pela metade, pois quem já provou jamais aceitará migalhas. Pelo menos é assim que me sinto...

É lindo, e é tão a cara dela que só vocês conhecendo podem entender. Ela é assim, linda. Minha melhor amiga, né? Não é à toa.
Postei o texto porque achei a cara do meu blog, é um fragmento de amor, ela mesma é um pedacinho de mim e o texto é (grande) parte do que eu já vivi, vivo e, canceriana que só eu, viverei pro resto da minha vida. Fiz um super-hiperlink pra falar o que penso sobre isso.
Não existe amor pela metade. Não existe quase-amor, amor-mais-ou-menos, será-que-é-amor. Existe amor. E se há a dúvida, não há amor.
E com o texto dela e as minhas palavras, vem uma promessa: eu, Nayla, a menina do Amor em Fragmentos, juro solenemente nunca, mas nunca mais nessa vida aceitar simplicidade de sentimento. Se é pra ser, que seja, se é pra acontecer, que aconteça, mas que haja a certeza, nunca a dúvida; é preferível se jogar e bater com a cabeça no fundo do que conviver com a incerteza do quase. Se é pra vir, que venha, mas que venha com a força toda que aqui não se aceita nada pela metade. Só inteiro.


P.S: Babi, eu te amo (por inteiro, claro)!

Vem!

Você vem? Diz que vem! Vem levar nós dois a sério, essa loucura sensata, esse paradoxo criado sei lá por quem que trouxe a gente até aqui. Vem, chega pertinho, se joga em nós dois, que tudo o que a gente não entende vai ter explicação lá na frente, e se não tiver a gente cria, a gente inventa, somos assim... Vem me fazer abrir meu sorriso mais sincero, me deixar com vergonha de ver o quanto você me olha, me derreter com suas palavras e me deixar sem ar. Vem me fazer morrer de rir te ouvindo falar mal da Summer, me indicar os melhores filmes, ouvir as músicas que eu te mostro e gostar delas, discordar do que eu falo só pra implicar, concordar só pra ser legal e ter a maior paciência do mundo com minhas crises de depressão, ciúme, raiva. Vem me aguentar assim, grude do jeito que eu sou. Vem me chamar de sua, me arrepiar com seus beijos, abraços, suspiros, carinhos... Vem, eu te escolhi, eu me joguei, eu fui. Você vem também?

segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Alô, liberdade

"Alô, liberdade! Desculpa eu vir assim sem avisar
Mas já era tarde e os galos tão cansados de cantar

Bom dia, alegria! A minha companhia vai cantar
Sutil melodia pra te acordar..."

Chico

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

Status: um monte de idéias, tempo frio, cobertor, esboços espalhados, surrealismo e falta de sono. Levemente ansiosa, lendo poesia, comendo um doce de origem misteriosa... Vou deitar, fechar os olhos e viajar pra minha Wonderland, meu paraíso nem que seja imaginariamente, onde não tem alergia, nem ansiedade, muito menos medo de coisas bobas. Mãe, posso ficar lá pra sempre?

Ciranda


Aquela noite sumia diante dos meus olhos... eu ficava imaginando como seria a minha vida dali pra frente. Olhava pra dentro e via sonhos que hoje quase podem ser tocados. Uma realidade que tem cheiro de anoitecer, dia que acorda a noite, a vê sorrir e a abraça, depois volta a dormir.
Me sinto no meio de tudo, no meio de nada e nada é mais urgente e indispensável do que viver. Enquanto isso o tempo brinca de roda... pra sempre.

Just thoughts

"E aquele momento foi como nunca e sempre
Fomos onde de não se esperava nada
E achamos tudo o que se estava esperando."
Pablo Neruda

Porque um dia o meu mundo estava na mais perfeita ordem e uma cápsula de sonho caiu do alto da minha cabeça e se espatifou no chão, espalhando uma nuvem colorida por toda parte...
E quando eu me sinto sozinha, sentada no chão do quarto com a luz apagada, é pra você que eu ligo e fico com cara de mamão e depois vou dormir feliz. E às vezes eu tenho medo de acordar um dia e descobrir que você era um sonho. Se isso acontecer, o jeito vai ser hibernar pra sempre.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

no turning back

Happiness hit her like a train on a truck... Foi assim, desse jeito: com toda a velocidade do mundo, força total, e vontade, quanta vontade, muita vontade.
Nothing makes any sense, nothing makes any sense, diria Clementine. E eu balanço a cabeça, concordo e sorrio. Sorrio por estar acontecendo, pela graça que essa nossa cumplicidade me dá, a doçura que isso tudo me causa, a alegria que esses momentos vêm me oferecendo... Mas sentido? Não, Clementine, não tem, não faz. E eu me jogo. Porque eu sei que do outro lado, tem sua mão pra me segurar. Forte, doce, doce e forte. Assim, desse seu jeito que me derrete, me inspira e me equilibra.
Amansa seu coração, menina, coming towards her stuck still no turning back...
there's no turning back,
there's no turning back,
there's no turning back.
Que assim seja. Que continue sendo. Doce.

Esconderijo


Procuro a solidão,
como o ar procura o chão
como a chuva só desmancha
pensamento sem razão;
procuro esconderijo,
encontro um novo abrigo,
como a arte do seu jeito
e tudo faz sentido;
calma pra contar nos dedos,
beijo pra ficar aqui,
teto para desabar,
você para construir...

terça-feira, 23 de agosto de 2011

Diz-se que, mesmo antes de um rio cair no oceano ele treme de medo. Olha para trás, para toda a jornada,os cumes, as montanhas, o longo caminho sinuoso através das florestas, através dos povoados, e vê à sua frente um oceano tão vasto que entrar nele nada mais é do que desaparecer para sempre. Mas não há outra maneira. O rio não pode voltar. Ninguém pode voltar. Voltar é impossível na existência. Você pode apenas ir em frente. O rio precisa se arriscar e entrar no oceano. E somente quando ele entra no oceano é que o medo desaparece. Porque apenas então o rio saberá que não se trata de desaparecer no oceano, mas tornar-se oceano. Por um lado é desaparecimento e por outro lado é renascimento. Assim somos nós. Só podemos ir em frente e arriscar. Coragem! Avance firme e torne-se oceano!
Osho

Opte pelo que faz seu coração vibrar. Opte pelo que gostaria de fazer, apesar de todas as consequências.

sexta-feira, 19 de agosto de 2011


A cura pra esse desânimo? Dormir nos teus braços...

One

"At this moment there are 6470818671 people in the world, some are running scared, some are coming home, some tell lies to make it through the day, others are just not facing the truth, some are evil men at war with good, and some are good struggling with evil, six billion people in the world, six billion souls, and sometimes, all you need is one."One Tree Hill
It's sad to miss a person who means a lot to you.
But isn't it sweet to know that the same person
tells you not to be sad because he misses you too?

Eu só quero que você saiba...



Olha, eu não sei se você sabe, mas você tem me feito bem, menino, tem me feito grande. É que até os dias de chuva, com toda a sua melancolia, conseguem ficar animados com a tua presença inquieta de criança que acabou de ganhar um brinquedo novo na minha cabeça. É gentil de sua parte me desejar assim, tão cheia de cicatrizes, desconcertada e de marcas feitas a fogo, é mais gentil ainda você prometer cuidar de cada uma delas, passar o remédio gentil do tempo, até que tudo passe. Eu havia fechado a porta, sabe? mas você me fez abrir as janelas e te deixar entrar, com aquela cara de que valia a pena, valia o risco, valia tudo. E presta atenção, menino, eu não sei se você sabe, mas esse bem que você me faz, eu quero te fazer também.

PS: Melhor do que ver um sorriso, é ser o motivo dele. O meu é só seu.

domingo, 24 de julho de 2011

Quases


...Mas e se eu tivesse ficado, teria sido diferente? Melhor interromper o processo no meio: quando se conhece o fim, quando se sabe que doerá muito mais, pra que ir em frente? Não faz sentido: melhor escapar deixando uma lembrança qualquer, lenço esquecido numa gaveta, camisa jogada na cadeira, uma fotografia – qualquer coisa que depois de muito tempo a gente possa olhar e sorrir, mesmo sem saber por quê. Melhor do que não sobrar nada, e que esse nada seja áspero como um tempo perdido. Eu prefiro viver a ilusão do quase, quando estou 'quase' certo de que desistindo naquele momento vou levar comigo uma coisa bonita. Quando eu 'quase' tenho certeza de que insistir naquilo vai me fazer sofrer, que insistir em algo ou alguém pode não terminar da melhor maneira, que pode não ser do jeito que eu queria que fosse, eu jogo tudo pro alto, sem arrependimentos futuros. Eu prefiro viver com a incerteza de poder ter dado certo, que com a certeza de ter acabado em dor.

Caio Fernando Abreu

terça-feira, 26 de abril de 2011

Recordação

agora, o cheiro áspero das flores
leva-me os olhos por dentro de suas pétalas.
eram assim teus cabelos;
tuas pestanas eram assim, finas e curvas.

as pedras limosas, por onde a tarde ia aderindo,
tinham a mesma exalação de água secreta,
de talos molhados, de pólen,
de sepulcro e de ressurreição.
e as borboletas sem voz
dançavam assim veludosamente.

restituiu-te na minha memória, por dentro das flores!
deixa virem teus olhos, como besouros de ônix,
tua boca de malmequer orvalhado,
e aquelas tuas mãos dos inconsoláveis mistérios,
com suas estrelas e cruzes,
e muitas coisas tão estranhamente escritas
nas suas nervuras nítidas de folha
- e incompreensíveis, incompreensíveis.


Cecília Meireles

sexta-feira, 22 de abril de 2011

...e disseste que gostavas tanto de amarelo e eu disse que amarelo era tão vida e sorriste compreendendo e eu sorri conseguindo e vimos uma margarida e nem sequer era primavera e disseste que margarida era amarelo e branco e eu disse que branco era paz e disseste que amarelo era desespero e dissemos quase juntos que margarida era então desespero cercado de paz por todos os lados.

Recuerdos

"Era perfectamente natural que te acordaras de él a la hora de las nostalgias, cuando uno se deja corromper por esas ausencias que llamamos recuerdos y hay que remendar com palabras y com imágenes tanto hueco insaciable."
Julio Cortázar

Opa, é natural? Ufa, menos mal...


Câncer e o Amor:
Os cancerianos costumam ser excelentes amigos, pois dão muita importância aos sentimentos e tem instinto de tomar conta dos outros. Ao se sentirem atraídos por alguém, examinam cuidadosamente o terreno e demoram para tomar as iniciativas. São maravilhosamente sensuais, românticos e delicados, dando muita atenção ao ambiente romântico de que ele necessita para expressar seus sentimentos. Podem mudar de humor facilmente, ou se fechar como ostras para não expor os seus sentimentos, o que dificulta as vezes o relacionamento. Não esqueçam, um relacionamento duradouro é também baseado nas discussões francas.

We all shine on...

Pessoas são como diamantes.

Quase-carta

Penso sempre em você. Mais de tardezinha que de manhã, mais naqueles dias que parecem poeira assentada aos poucos, e com mais força enquanto a noite avança. Não são pensamentos escuros, embora noturnos. Tão transparentes que até parecem de vidro, vidro tão fino que, quando penso mais forte, parece que vai ficar assim "clack!" e quebrar em cacos, o pensamento que penso de você. Se não dormisse cedo nem estivesse quase sempre cansada, acho que esses pensamentos quase doeriam e fariam "clack!" de madrugada e eu me veria catando cacos de vidro entre os lençóis.
Brilham, na palma da minha mão. Num deles, tem uma borboleta de asa rasgada. Noutro, um barco confundido com a linha do horizonte, onde também tem uma ilha. Não, não; acho que a ilha mora num caquinho só dela.
Coisas assim, algumas ferem, mesmo essas são sempre bonitas. Parecem filme, livro, quadro. Não doem porque não ameaçam. Nada que eu penso de você ameaça. Durmo cedo, nunca quebra.
Daí penso coisas bobas. Boas e bobas, são as coisas todas que penso quando penso em você. Assim: de repente ao dobrar uma esquina dou de cara com você que me prega um susto de mentirinha como aqueles que as crianças pregam umas nas outras. Finjo que me assusto, você me abraça e vamos tomar um sorvete, suco de abacaxi com hortelã ou comer salada de frutas em qualquer lugar. Assim: estou pensando em você e o telefone toca e corta meu pensamento e do outro lado do fio você me diz: estou pensando tanto em você! Digo, eu também, mas não sei o que falamos em seguida por que ficamos meio encabulados, a gente tem muito poder de parecer ridículos, melosos, piegas, bregas, românticos, pueris, banais. Mas no que eu penso, penso também que somos mesmo meio tudo isso, não tem jeito.
No meu pensamento, você nunca me critica por eu ser um pouco tola, meio melodramática, e penso então tule, nuvem, castelo, seda, perfume, brisa, turquesa, vime. E deito a cabeça no seu colo ou você deita a cabeça no meu, tanto faz, e ficamos tanto tempo assim que a terra treme e vulcões explodem e pestes se alastram e nós nem percebemos, no umbigo do universo. Você toca na minha mão, eu toco na sua.
Demorar tanto que só depois de passarem três mil dias consigo olhar bem dentro dos seus olhos e é então feito mergulhar numas águas verdes tão cristalinas que têm algas na superfície, ressaltadas contra a areia branca do fundo. Encontro pérolas. Sei que é meio idiota, mas gosto de pensar desse jeito.
Penso tanto em você que na hora de dormir vez em quando até sorrio e fico passando a ponta do meu dedo no lóbulo da sua orelha e repito em voz baixa "te amo, dorme com os anjos".
Mas depois sou eu quem dorme e sonha, sonho com os anjos.
Nuvens, espaços azuis, pérolas no fundo do mar. "Clack!" como se fosse verdade, um beijo.

Palavras soltas

Das duas uma: ou eu ando menos crítica ou estou tendo dias melhores ultimamente. A melhor parte é que minha vida está totalmente revirada, de cabeça para baixo, tudo fora do lugar - e eu achando coisas boas no meio disso tudo. Ironia, teu nome é Nayla.
A vida te dá escolhas, mil caminhos para ir em frente e poucos retornos para compensar. Sabe como é se sentir assim? Sempre fui intensa, sempre tive essa mania canceriana de me jogar de cabeça em tudo o que faço. Pois bem, isso gera resultados. Tanto coisas interessantes quanto às vezes uma imensa vontade de voltar atrás. E não dá. É impossível refazer o passado. Tudo se encaminha conforme a gente direciona. E a vida não tem backspace.
E até essa dor no estômago dá pra entender como uma metáfora. É a vida me lembrando das borboletas que vivem aqui dentro e que nunca morrem. São lindas, coloridas, foram criadas com amor e não há nada que as possa destruir

segunda-feira, 11 de abril de 2011

A mil


"tudo em mim
anda a mil
tudo assim
tudo por um fio
tudo feito
tudo estivesse no cio
tudo pisando macio
tudo psiu

tudo em minha volta
anda às tontas
como se as coisas
fossem todas
afinal de contas."

Paulo Leminski

Delícia de época boa! Tudo acelerado, tudo a mil, mas tudo perfeitamente encaixado; tudo onde deveria estar.

segunda-feira, 28 de março de 2011

Sobre amor


"O amor me chamou pra um outro lado e eu fui atrás dele. Eu pensei que se eu não fosse, a minha vida inteira ia ser assim: vida de tristeza, vida de quem quis de corpo e alma e mesmo assim não fez. Daí eu fui. Eu fui e vou, toda vez que o amor me chamar, vocês entendem? Como um cachorrinho, mas coroada como uma rainha."
Lisbela em "Lisbela e o Prisioneiro"
Sem mais.

domingo, 27 de março de 2011

You were only waiting for this moment to arise


"Ella despidió a su amor,
Él partió en un barco en el muelle de San Blas;
Él juró que volvería
Y empapada en llanto ella juró que esperaría..."

quinta-feira, 24 de março de 2011

Sobre saudades


Deus é um cara muito sacana.
Não, é brincadeira. A vida é que é assustadoramente cheia de mudanças. De opinião, de pensamento, de sentimento. E se ainda ontem eu falei que estava serena quanto a essa história, que tudo tinha passado e se transformado apenas no que eu queria que tivesse sido mas não foi, no que eu queria ter tido mas não tive, hoje vejo que não se trata apenas disso. Se trata de saudades.
Saudades pelo que tive, pelo que não tive (como sentir falta de algo que não aconteceu? Parece até um meme conhecidíssimo do twitter sobre "sentir falta de algo que não viveu ou evitava viver..."). Não evitei. Corri atrás, me emocionei, fiquei feliz, agradeci a Deus por estar acontecendo. E meu blackbird voou novamente. Dessa vez, para mais longe de mim do que tinha ido da última vez. Não fisicamente, mas de coração. Distância emocional, a pior de todas.
Feridas sempre se fecham e esta será mais uma que irá cicatrizar ao longo do tempo, com ajuda do amor que recebo diariamente (mamãe, namorado, vovó e os que não vejo todos os dias mas estão lá para mim), das minhas palavras no papel e dos objetivos e metas colocados em prática, mas enquanto não sara ficarei assim: chorando baixinho pelo que não posso mudar. Serenamente, de um jeito triste.

Desabafo matinal


Da série: o costume que as pessoas têm de culpar terceiros pelos próprios fracassos. Não existe “a vida é feita de momentos” que resuma ou explique, são pessoas mimadas, pequenas, pobres de espírito que acham que o mundo tem de estar atento à sua vida para poder ajudá-las a todo tempo, sendo que, obviamente, elas nunca estão para ninguém.

São mais importantes, se consideram assim.

Pessoas entupidas de incertezas e ambigüidades querendo se apoiar em outras pessoas para erguer suas próprias vidas.

Amizade é troca, nenhuma relação humana é constituída apenas de recebimento.

No mais, respire e relaxe, seu maior perseguidor/carrasco é você mesmo e não há ninguém querendo destruir a sua vida.

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

E a amizade?


Amizade para mim é isto: a mão estendida do alto em direção ao fundo do poço.

Mesmo que você se impressione com a mão que te levanta e que o poço pareça fundo demais para ser alcançado (ainda que, na maior parte das vezes, só pareça).

Um passo de cada vez, viver assim tem sido mais fácil. E, decisão após decisão, vai-se levando a vida de maneira mais positiva.

Beijo, Deca!